A síndrome do esgotamento profissional afeta mais da metade dos médicos
A aprovação de uma proposta da Câmara de Deputados que concede o direito de atendimento psicológico e psiquiátrico gratuito para estudantes e residentes médicos pelo SUS se apoia no levantamento feito pelo governo que aponta má qualidade de saúde mental dentro os profissionais da saúde.
Síndrome de Burnout é uma doença psicológica ligada a depressão, descrita pelo psicanalista Alemão Freudenberger nos anos 70 como um “estado de exaustão física e mental causada pela própria vida profissional” e caracterizada por uma série de sintomas resultante de demandas excessivas no trabalho.
Cansaço excessivo, físico e mental, dores de cabeça frequentes, insônia, dificuldade de concentração, sentimentos de fracasso e insegurança e negatividade constante são alguns dos sintomas pertencentes a uma grande variedade que caracterizam essa condição.
O psicólogo e doutor em Neurociência Cognitiva pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Yuri Busin, descreve 10 estágios da síndrome entre o estresse prolongado e o desgaste máximo provocados pela doença:
Burnout se traduz literalmente como algo que queima até ser completamente consumido e nada mais restar, como um pavio queimado. Cuidar de pessoas pode ser estressante e drenar toda a sua energia. Em situações típicas de stress é possível recarregar as energias, já no Burnout parece impossível recarregá-las.
A neuropsicóloga Thaís Quaranta explica a diferença: “A pessoa chega num ponto em que não consegue mais acessar seus recursos internos para lidar com as situações. Esse desgaste emocional pode se manifestar por meio de comportamentos insensíveis. Não há mais energia para se relacionar ou lidar com as pessoas. O paciente pode evitar, inclusive, atender telefonemas e se esquivar das interações sociais”.
Para a especialista o estágio mais característico da evolução de estresse cotidiano para Burnout acontece quando a pessoa torna-se completamente insensível aos outros e ao mundo que a cerca: “O esgotamento físico e emocional acaba levando a pessoa a construir barreiras para evitar os contatos sociais. Ela também pode apresentar mais rigidez nos comportamentos, assim como ironia e cinismo”.
Assim que os primeiros sinais da doença forem identificados, buscar ajuda profissional é o próximo passo. Como na maioria dos distúrbios depressivos, o tratamento consiste de psicoterapia. Mas também pode ser necessário o uso de antidepressivos e/ou ansiolíticos, que vão agir diretamente combatendo os sintomas. A necessidade maior é mudar o foco da depressão/ansiedade através de mudanças nos hábitos e estilo de vida.
O vídeo a seguir, produzido pelo canal “Saúde da Mente”, lista os sintomas e principalmente formas de prevenir e tratar a síndrome. Assista:
O Cognys é uma solução digital completa, que entrega para o profissional da área de saúde os mais importantes recursos para ajudá-lo em sua rotina diária e aprimoramento constante.